segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ele é Mau está a morrer....

Felizmente não estou a morrer daquelas doenças contagiosas nem nada que se pareça com isso. Mas sim, estou a morrer do ar que respiro, do tempo que passa. Com o tempo, aprendi que o tempo é mestre da vida, tudo se regula por ele. E muitas vezes esquecemos-nos que é o tempo que nos dá tanta felicidade como tanta tristeza. O tempo, apesar de invisível, é uma peça fundamental para as nossas vidas.Recordo-me da sua importância na minha vida, todos os dias.

Eu, Ele é Mau confesso-me: vivo demasiado a vida a pensar que vou morrer amanhã. Entro em confronto com quem pensa que tem tempo para tudo e que o tempo dá para tudo. Mas reconheço que vivo num exagero....

Este fim de semana, Ele é Mau tirou o fim de semana para não fazer nada. Abdicou dos seus passeios em Troia, Setúbal, Ericeira, Alentejo, Norte ou mesmo Algarve para simplesmente encher o depósito de combustível (.... cuf cuf... fiz 50Kms só para encher o depósito), ir as compras e regressar a casa.

Com o frigorífico cheio, passei o fim de semana a preparar-me cozinhados, dei tempo ao fim de semana para ocupar-se de mim. Forcei-me em tentar ter uma vida pseudo-normal daqueles que aproveitam os fins de semana em casa. Vi DVD's que comprei há séculos e que ainda estavam por abrir. Li livros, arrumei o meu computador, fiz backups, vi fotografias antigas... Evitei tudo o que pudesse ser produtivo.

Hoje de manhã, quando finalmente peguei no meu CX GTI para ir ao trabalho, fiquei feliz por ver pessoas, feliz por poder andar, apanhar ar, luz do sol, sair da sombra!

Eu, confesso-me, não sou animal de hábitos, quanto mais ficar em casa todo um fim de semana. Tenho pouco tempo para viver. Temos todos pouco tempo para viver e eu fins de semana em casa a pensar na vida jurei que nunca mais.

Porque estou a morrer, e não é depois de morto que vou ser feliz. Adoro em demasiado devorar a vida e aprender coisas novas para ficar a ver-me morrer sem alimentar-me.

Estou a morrer. Mas pelo menos, quando for velhinho, deitado numa cama, onde a única viagem que poderei fazer será em pensamento, vou recordar-me desta vida com um sorriso e uma lágrima. Depois, só depois é que poderei dizer adeus e ir-me embora...

1 comentário:

  1. Mas às vezes o 'estar sozinho' quer seja em casa, quer seja noutro sítio qualquer, ajuda a arrumar as ideias. Assim como tiveste tempo de arrumar os teus bens pessoais, também é preciso tempo para arrumar a cabecinha ;) E eu acho que isso não é parar de viver, é simplesmente um recarregar de energias... Beijinhos

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